Há anos os especialistas vêm alertando sobre uma epidemia relacionada à diabetes canina. A taxa de incidência triplicou desde o ano de 1970, de forma que, hoje em dia, afeta 1 a cada 160 cachorros.
No entanto, embora vários casos humanos podem ser tratados por meio de dietas, o diabetes nos animaizinhos é um tipo de condição que requer o monitoramento cuidadoso dos níveis de açúcar na corrente sanguínea, bem como injeções de insulina diárias.
O que é diabetes?
O termo médico para a doença é diabetes mellitus (mellitus é um termo latino que significa “doce mel”. Reflete os níveis elevados de açúcar que a condição produz na urina e no sangue).
A diabetes canina ocorre quando o corpo do animal é incapaz de produzir insulina suficiente para metabolizar os alimentos. Assim, não obtém energia. A condição ocorre também quando as células não conseguem utilizar a insulina adequadamente.
Essa é uma das doenças endócrinas mais comuns que afetam cachorros de meia-idade e idosos. Cerca de 70% dos pacientes têm mais de sete anos no momento do diagnóstico. A diabetes canina em filhotes dificilmente existe e raramente ocorre em pets com menos de um ano de idade.
Sinais encontrados na diabetes canina
Os sintomas mais clássicos do diabetes em cães são:
- Sede excessiva;
- Aumento da quantidade de xixi;
- Perda de peso;
- Consumo aumentado de alimentos;
- Cegueira aguda de início resultante de catarata.
O diagnóstico é confirmado com alguns testes simples de glicose em hemogramas e exames de urina.
A diabetes canina pode ser complicado ou descomplicado. Casos complicados, nos quais o paciente está doente, não come ou vomita, requerem alguns cuidados hospitalares. Felizmente, a maior parte das situações é simples, podendo ser tratada pelo tutor em casa.
Complicações comuns para cães diabéticos
Os distúrbios simultâneos que podem dificultar o controle da doença, incluem:
- Hiperadrenocorticismo;
- Infecções;
- Hipotiroidismo;
- Insuficiência renal, hepática e cardíaca;
- Pancreatite;
- Obesidade grave;
- Câncer.
A expectativa de vida com a diabetes canina
A expectativa de vida de um animal diabético pode ser a mesma de um saudável, com os devidos cuidados. Com tratamento adequado, a diabetes canina tem taxas de melhora incríveis. Assim, a sobrevida é muito semelhante à dos cachorros saudáveis.
O risco maior é durante os primeiros seis meses de tratamento, quando a insulina é introduzida e os níveis de glicose estão sendo regulados. Pets diabéticos são mais propensos a morrer de doenças renais, infecções ou distúrbios hepáticos / pancreáticos do que o próprio diabetes. Mas uma vez que sua condição se estabilize, eles podem levar uma vida feliz e saudável.
A melhor insulina para diabetes canina
O veterinário é o melhor consultor quando se trata de medicamentos. Existem muitos produtos de insulina diferentes e as respostas individuais variam. Encontrar a certa para o seu pet pode exigir experimentação.
A insulina varia em termos de início, pico e duração da ação. A maioria dos cães se dá bem com a de ação intermediária. É importante usar apenas insulina fresca, mudar para um frasco novo a cada 6 a 8 semanas e usar a seringa correta, que variará dependendo do tipo de substância.
Alimento para cães diabéticos: escolhendo o melhor
Em humanos e felinos com diabetes tipo 2, a dieta é um componente importante da causa e do tratamento da doença. Como os culpados são carboidratos e obesidade, perda de peso e uma dieta rica em proteínas e com pouco carboidrato são, às vezes, todo o tratamento necessário.
Mas para a diabetes canina, não existe uma dieta recomendada. O fator mais importante é que o animal goste da comida e coma de bom grado. A maioria dos pets diabéticos pode ser bem tratada com uma alimentação de manutenção adulta.
Tente alimentar a mesma quantidade do mesmo tipo de alimento na mesma hora todos os dias. A preferência é que sejam duas refeições com 12 horas de intervalo. Qualquer alteração nos carboidratos afetará a quantidade de insulina necessária. Alguns cachorros podem precisar de um lanche entre as alimentações para evitar que os níveis de glicose caiam muito.
Fibras e carboidratos são tópicos controversos no tratamento da diabetes canina, e as recomendações estão mudando. Apenas alguns estudos nutricionais foram realizados em cães com essa condição.
Os pets responderam de maneira diferente a quantidades variadas de fibras e carboidratos. As necessidades alimentares também variaram de acordo com o peso. Assim, foi atestado que não há melhor alimento para cachorrinhos doentes.
A quantidade de proteína na dieta deve ser normal ou aumentada. Isso dependerá do excesso de peso. É preciso levar em conta também a perda de massa muscular. A proteína comumente é aumentada quando a gordura é reduzida, para evitar a ingestão de muitos carboidratos.
Níveis de carboidratos em alimentos para cães diabéticos
Os carboidratos são responsáveis pelas maiores alterações nos níveis de açúcar no sangue pós-prandial (após a ingestão). Existe uma forte associação entre a necessidade de dosagem de insulina, bem como o teor de carboidratos da refeição, independentemente da fonte ou tipo. Portanto, manter constante a quantidade na dieta é a melhor maneira de regular as necessidades de insulina estáveis.
O índice glicêmico mede os efeitos dos carboidratos nos alimentos sobre os níveis de açúcar no sangue. Assim, ele estima quanto cada grama de carboidrato disponível (carboidrato total menos fibra) em um alimento aumenta o nível de glicose no sangue após o consumo do alimento, em relação ao consumo de glicose.
Alimentos com baixo índice glicêmico liberam glicose lenta, mas firmemente. Já os alimentos com alto índice glicêmico podem causar um aumento mais rápido.
As comidas podem ser divididas em:
- Baixo índice glicêmico – A maioria das frutas e legumes, alguns grãos integrais e frutose;
- Índice glicêmico médio – Produtos de trigo integral, assim como arroz integral, batata doce, batata, açúcar (sacarose) e mel.
- Alto índice glicêmico – Arroz branco, pão branco ou trigo e glicose.
Carboidratos simples devem ser evitados, pois causam picos rápidos de glicose. Os complexos (amidos) são digeridos mais lentamente, para que o aumento da glicose se espalhe. O processamento é o que afeta a rapidez, bem como a lentidão dessa ocorrência.
Preste atenção aos sinais que o seu pet dá. Se ele tiver diabetes canina certamente precisará de cuidados especiais, além dos que você já oferece.
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